“O Vencedor (The Fighter, 2011)” conta a história de dois irmãos ligados, não só pelo forte sentimento fraternal, mas também pelo amor ao boxe. O mais velho é Dicky (Christian Bale), um ex-lutador que ficou famoso ao nocautear Sugar Ray Leonard, uma lenda do boxe norte-americano, e, por isso, tornou-se o orgulho de Lowell, sua cidade natal. O mais novo é Micky (Mark Wahlberg), que sonha em um dia se tornar campeão mundial com base no que aprendeu com seu irmão.
Mark Wahlberg interpreta um lutador que sonha ser campeão mundial, mas que antes precisa superar problemas familiares (Foto: divulgação)
Confesso que, quando ouvi falar pela primeira vez sobre este filme, veio à minha cabeça aquela ideia estereotipada de filmes americanos que abordam o esporte, principalmente o boxe. Que ideia é essa? A ideia de filmes que colocam em primeiro lugar a competitividade, o glamour do esporte e a alegria de vencer e ser o melhor. “O Vencedor” não se trata disso. O foco está na dificuldade de se lidar com problemas familiares, principalmente quando esses problemas envolvem drogas e dinheiro. O boxe está em segundo plano.
Micky cresceu tendo Dicky como seu herói e sua mãe lhe orientando no sonho de ser um grande lutador. No entanto, essa relação entra em conflito quando Micky tem que lidar com várias derrotas consecutivas. Neste momento, o vício do seu irmão em crack e o descontrole emocional de sua mãe só pioram a situação. Charlene, uma garota que conheceu em uma bar, torna-se a sua paixão e a sua válvula de escape em meio a tanto problemas familiares.
Como já disse, em segundo plano vem o boxe. No filme, o esporte simboliza muito bem o que Micky passa com sua família. Por ser uma modalidade de luta que preza pelo imprevisível e pelas oportunidades de superação, a combinação com a vida pessoal de Micky é perfeita. Esse lado imponderável talvez explique porque o boxe faz tanto sucesso no cinema.
E é neste cenário do boxe que o filme também mostra a realidade nada glamourosa de dois tipos de atletas. A primeira realidade é a de Dicky, um ex-atleta que não consegue se desprender do passado e encontra nas drogas uma saída para não sofrer. A outra pertece a Micky, um lutador, que por não ser mais tão jovem (31 anos), se depara em uma decepcionante carreira de derrotas e insucessos. Em qualquer esporte, os dois exemplos podem ser facilmente encontrados na vida real. A maior prova disso é que o filme foi baseado numa história verdadeira.
No mais, vale destacar a brilhante atuação de Christian Bale, indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante. O filme também foi indicado a melhor filme, melhor diretor (David O. Russell), melhor atriz coadjuvante (Melissa Leo e Amy Adams), melhor roteiro original e melhor edição.
Para quem gosta da combinação drama/esporte, recomendo. No entanto, acredito que não leva o Oscar de melhor filme. Confira o trailler abaixo:
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