“Depois de cinco edições, resolvi sair do UFC. Começaram a haver mudanças e instituições de regras, e eu não concordava com elas. Ele tinha virado um show de entretenimento. E eu queria que fosse um evento com finalidade educacional. Quando vi que ele tinha se tornado algo puramente financeiro, resolvi sair. Estaria me prostituindo se continuasse nele. Dinheiro sempre foi consequência, nunca a razão do meu trabalho. Não assisto mais ao UFC desde então. Nem quando tem luta de um Gracie. E, por isso, não vou assistir ao UFC Rio”, confessou.
Ícone do jiu-jitsu, Rorion afirmou que o campeão de UFC não pode ser considerado o melhor lutador do mundo. “Hoje, não se pode dizer que o campeão do UFC é o melhor lutador do mundo. Ele apenas aprende a usar as regras da competição. Bateu o gongo, ele tem que parar. Isso não é luta de verdade. Mesmo assim, estou orgulhoso do sucesso do evento. Sou o pai da criança. É meu filho e está crescendo, mesmo que longe de mim. Isso é motivo de orgulho”, disse.
O lutador exaltou a popularização da luta em território norte-americano, fato que se deve muito ao seu próprio empenho. “Sempre foi uma arte marcial de defesa pessoal. Para a família Gracie, não dá para aprender luta se a situação for limitada com, por exemplo, juiz, regra ou tempo. O jiu-jítsu é a luta mais humana que existe, a forma mais humana de controlar uma situação. Ele não desfigura ninguém, não tem soco na cara. Se eu apertar um pouquinho o pescoço do sujeito, ele, se for esperto, desiste da luta antes de ser estrangulado. O jiu-jítsu humaniza o praticante e não provoca a briga”, explicou.
Rorion foi responsável pela primeira edição do UFC, hoje um evento multimilionário.“Como o negócio no meu tatame só crescia, resolvi criar um evento para mostrar a eficiência do jiu-jítsu. Foi assim que pensei em fazer o Ultimate Fighting Championship. Era um evento em que não havia regras, juiz, nada disso – como os criadores do jiu-jítsu pregavam. Um estilo contra o outro, para mostrar qual era o melhor. Para bancar a primeira edição, consegui dinheiro com meus alunos. Escolhemos Denver, no Colorado, porque era um dos seis estados americanos que permitia lutas sem luva. Foi um sucesso estrondoso”, finalizou.
Veja esse vídeo (e treine seu inglês) onde Rorion explica porque vendeu o UFC:
Fonte: UOL Esporte
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